quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Escritores

Eu lia muita coisa do Hemmingway. O sofrimento e as decisões de um homem no limite, próximo do fim... Me interessam Eu gosto de musicas tristes, aquelas que incomodam meus amigos: elas são belas Eu admiro muito o Burroughs, toda sabedoria e loucura de um velho junkie Eu tentei ler Camus, Sisifo, mas não consegui Eu adorei a insustentável leveza do ser: chorei por semanas Por algum motivo, a muito tempo atrás, parei de ler. Comecei a realizar eu mesmo, contra mim mesmo a auto-destruição. E não há nada de belo nisso! A idéia de entrar dentro da cabeça de alguém no limite, próximo do fim, e entender o que ele questiona (no caso dos que se questionam) me fascina. Falar com viciados em drogas e etc me parece estúpido: arrependimentos banais de pessoas jovens não me introgam. São apenas pessoas bestas e sem profundidade... Quero ver os arrependimentos de quem viveu muito, viveu de verdade. Falar com os filhos destes, tentar montar um gestalt. Tentar enxergar o que eles enxergam como sendo o sentido da vida. ouch Nada leva a nada. E o nada me assusta... A falta de sentido. Lutar contra algo. Preciso lutar contra algo, mas será que precisa necessariamente ser contra algo em mim mesmo? Me machucar? Qual o sentido? Preguiça de olhar pra fora? Respeito aos outros - sei ser errado fazer mal pros outros, por isso faço contra mim mesmo?

Start

Estou começando a entender porque a Camila tem uma fascinação sobre a morte. Estou começando a entender porque Chuck Palahniuk escreve. Estou começando a entender Eu achava que o Miltinho era o mesmo personagem que o Hedonista, mas percebi que não: Miltinho quer auto destruição para se realizar (pq?), não queria nada construtivo, nada que faça qualquer tipo de bem. Ao mesmo tempo, todas as outras personalidades não deixam ele atuar contra os outros, por medo do crime e castigo. ele que explodia a privada na escola, que derrubava o muro do vizinho, pixava. Nessa época, essa personalidade me tornava interessante, me fazia ser aceito pelo povo estranho de Valinhos, com quem eu jamais me entendi bem, me tornava uma espécie de jock, fazia ninguém mexer comigo. Eu fazia isso... Não sei, por medo, para me tornar um cara mais popular. atualmente, porém, as circunstâncias mudaram e essa personalidade me faz cheirar cocaine e destruir o patrimônio da família. me faz mal, nada positivo. cigarro, also. Esse lado traz a minha parte selvagem a tona, a parte que tem medo de ser considerando um Nerd certinho. faz isso apenas para compensar as outras personalidades, que ela considera muito careta e certinho. Mas como eu conseguiria modificar o meio de satisfação dele? buscar algo que não me cause tanto dano! Chuck Palahniuk se realizava escrevendo sobre auto destruição. Bukowski bebia. Mas esse meu lado não busca prazer, busca dor e sofrimento. E causa isso em mim mesmo pois os outros lados não deixam ele externalizar, não estão dispostos a pagar o custo. Como Fazer? será que a dor de correr bastaria? espalhar textos sujos e imorais e subversivos pelas ruas? Ser voluntário numa casa de repouso? Linha de apoio ao suicídio? Aulas de inglês para pessoas carentes (incentivar eles a poderem ser muito mais que eles jamais conseguirão - gerando puta frustração?) Não ter nada a perder seria o objetivo dele?